Poesia Velho boêmio

Velho Boêmio


Ele chega
atrasado, cansado,
se queixa,
amolece, enternece
e se ajeita em meu colo
pedindo consolo.

Daí ele pega e me beija
pergunta o que fiz,
nem espera e me diz
que tudo vai melhorar.

Fala que a lua
tá linda lá fora
e qualquer hora
me leva passear.

Vem com as mãos cheias
de bolhas (de samba)
e da manga do paletó
tira uma flor amassada
e me diz:
- Tó, amor, não fique zangada,
encontrei um amigo na estrada ...

Finjo que brigo
no fundo não ligo,
faz parte do jogo.

Jogado na cama
ele jura que me ama,
respondo: Eu também...
Agora e na hora de nossa morte amém.